sábado, 4 de setembro de 2010

Via de regra, eu só escrevo aqui quando algo me perturba tanto a ponto de eu precisar expressar em palavras o que me angustia.
É o caso agora.. estou na casa da minha mãe e é para cá que irei voltar em breve. E isso me assusta. Pode até ser a coisa certa devido às circunstâncias e perspectivas da minha vida em SP atualmente, mas, ao mesmo tempo, é assustador.
Pelo menos a mim, aterroriza a ideia de chegar aos 30, como cheguei, e ver que nada deu realmente certo. O pior é não ter mais a idade para continuar cometendo erros impunimente.. meus equívocos passados, minha imaturidade e decisões atrapalhadas me trouxeram ao buraco de hoje.. e o pior é que sei que, para sair dele agora, as decisões precisarão ser muito certas. E ai? Será que é possível acertar depois de quase uma vida inteira errando?
Às vezes, as pessoas me falam que eu não quero envelhecer ou, ainda, crescer. Poderia ser mais óbvio? É claro que eu não quero! E para que iria querer? Hoje já existem rugas na minha testa que até pouco tempo não existiam.. e sinceramente isso não é um bom sinal, pelo menos eu não acho que o seja.. eu nunca quis envelhecer, nunca me vi aos 30.. muito menos aos 40. Sei que boas coisas vêm com o tempo, mas muitas ruins também vêm. Não sei se é excesso de pessimismo, mas eu realmente acho que esse é o princípio da decadência. Nada vai ser tão simples quanto parecia ser antigamente.
Será que agora eu estou tomando a decisão correta? Será que, de novo, não estou metendo os pés pelas mãos? Eu só sei que o pior seria não agir. Ficar na inércia, na situação em que me encontro, seria letal, mais letal do que errar tentando.
Que coisa, por que a gente tem tantas ilusões quando é mais novo? Por que a gente acha que será tão fácil e que no final tudo dará certo? Eu realmente gostaria de acreditar nisso, mas é difícil. Sei que poderia ser pior, sempre pode piorar, afinal de contas, mas isso não chega a ser exatamente consolador.
E agora? O que fazer?
A pior merda é crescer.
Espero não estar me vendo, ao olhar algumas pessoas que atualmente me cercam. Seria ainda mais assustador. Que medo do porvir. Que medo do que eu ainda plantarei para o meu futuro. É aterrador.
E agora? O que eu posso esperar de mim?

5 comentários:

Alex Zigar disse...

Sinto-me um pouco dentro destas palavras, Juliana. Também envelheci e nada aconteceu de significativo na minha vida. E também perdi a inocência tarde demais. É desolador ver os nossos sonhos escorrendo como o sol a morrer, lentamente, lentamente. Às vezes, eu penso se não fiz a coisa errada indo pelo caminho menos andado. Mas acredito que pelo menos não traí a mim mesmo.
Eu lhe quero bem e espero que fique tranqüila para enfrentar tudo isto.

Um forte abraço.

Juliana disse...

obrigada!
tb espero que as coisas tomem um rumo bom. o jeito é deixar rolar e ver no q dá ne?
obrigada pelas palavras, mais uma vez. muitas vezes, elas são as unicas coisas q nos restam.

Anônimo disse...

e vc quer q alguma coisa dê certo como, se vc já está desistindo e voltando pra casa dos seus pais?
talvez a diferença entre os que conseguem alguma realizaçao seja a coragem de arcar com algumas dificuldades sem desistir.

hum... ficou meio auto ajuda, né? mas é vdd!
beju!

Juliana disse...

Agradeço à boa vontade do comentário, embora não goste de quando as pessoas não se identificam.
Mas acho que vale a pena dizer que a realidade não é tão simplista quanto o comentário do anônimo faz parecer.
A minha decisão vai muito além do senso comum de "ser forte, vencer as dificuldades, aguentar firme as adversidades e superá-las em nome de algo melhor" ou de "ser fraco e voltar correndo pra casa dos pais, abrindo mão de coisas que parecem ser tão importates por simples covardia".
A meu ver, minha decisão está mais para "ser inteligente e saber reconhecer até que ponto a minha vida atual vale a pena e até que ponto eu posso conseguir coisas melhores se continuar vivendo assim, ou, por outro lado, se não seria melhor retroceder por enquanto para tentar conquistar coisas que possam me trazer de novo aqui, a SP, se for isso que eu desejar daqui algum tempo ainda, mas em condições bem melhores do que as atuais.. e isso tudo mesmo sabendo que terei que abrir mão, momentaneamente, de coisas que gosto muito e às quais eu só tenho acesso morando nessa cidade."
É fácil falar um monte de senso comum, sem conhecer o que de fato acontece na minha vida e quais são minhas reais perspectivas se eu continuar com a rotina que estou tendo aqui.
Da próxima vez, se identifique, por favor. Ando meio sem paciência pra comentários anônimos.

irineu xavier cotrim disse...

calma que nada é pra já.Talvez a pintura a literatura as melodias possa ajudar a contar alguma coisa...