sexta-feira, 27 de junho de 2008

Palavras avulsas

Eu não sou otimista... eu não acredito na bondade das pessoas... eu não acredito em autruísmo... eu não acho que devamos ser felizes sempre. Acho pessoas muito felizes, no mínimo, inconseqüentes.
Por quê ser feliz sempre nesse mundo? Por quê não falar que, quase sempre, tudo está em desacordo com o que acreditamos? Com o quê queremos? Sei lá... é ser alienado demais...
Eu não digo que sou infeliz. Tenho momentos de muita felicidade, mas não são freqüentes... no geral, estou na linha do que é considerado "rotineiro", "comum"...
Não tenho uma vida genial, não sou uma artista, nem uma poetisa... gostaria de ser... de saber expressar angústia e sentimentos de uma forma bela e imortal... mas não seria pretensão demais da minha parte?
Só quero continuar crendo que o futuro pode ser melhor que o presente, o qual, por sua vez, já é melhor do que o passado...
Isso me mantém viva... isso não me permite escolher a morte.. afinal, escolher a morte é tão fácil e tão difícil... implica a renúncia de tudo e implica ser altamente egocêntrico... será que conseguiria? Às vezes, tenho quase certeza que sim.... outras, creio que não...
Qual a finalidade desse post? Não sei... provavelmente só "falar" um pouco do que penso de vez em quando....
Não tenho pretensões de convencer ningiuém.
Queria ser mais una... mais inteira... mas já sou melhor do que fui até ontem. É um bom progresso, não? Um dia, talvez, seja o suficiente.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Ausência, presença e saudade




Não... não errei a forma de dispôr o texto. Estou colocando centralizado porque quero.


Antes de começar esse post, reitero minha indignação com o roubo na Pinacoteca.


Mas, enfim, não é sobre isso que eu vou postar.


Quero falar sobre algo que sinto, cada vez de forma mais intensa... Ausência física, presença e saudade.


Se a pessoa sobre quem falo ler esse texto, talvez se reconheça.... Se não ler, falei sozinha, como tenho feito, e como já supunha fazer.


É engraçado.... quando nos apaixonamos por alguém, queremos estar sempre perto da pessoa, sempre que possível pelo menos, não é? Mas, e quando esse possível é tão raro? Como lidar com a ausência fisíca; como aproveitar os raros momentos de presença intensa, maravilhosa; como lidar com a saudade?


É isso que eu me pergunto diariamente. Às vezes, quase sempre, não é muito fácil, muito menos prazeroso. Sentir falta de alguém que se ama ou por quem se está apaixonado é, basicamente, uma grande merda, para falar no linguajar certo.


Mas, pior do que sentir falta, é saber como agir diante dessa sensação, como não transformar isso em algo pior do que já é naturalmente. (eu não sou adepta da idéia de que saudade em excesso faz bem)


No meu caso, os períodos de ausência são bem maiores que as presenças físicas... por sorte, existem meios de comunicação que permitem o contato à distância, óbvio que isso está longe de ser a mesma coisa de se estar junto da pessoa. Mas, mesmo assim, tem valido a pena. A ausência é grande, claro; mas a presença é tão maravilhosa, tão intensa, tão cativante, tão meiga, tão calorosa (e caliente), tão incrivelmente "perfeita" (tá... não existe nada perfeito, mas, certas coisas, algumas coisas, podem ser "perfeitas" ao seu modo, ao seu particular modo) que toda a distância que separa e toda a ausência que machuca são pequenas, são nada.


O mais engraçado, no meu caso, é que presença e ausência estão sempre interligadas à saudade... não é bem um resultado de carência, é que eu sei que presença e ausência se sucedem de tal forma e se mesclam de tal forma que a decorrência natural é a saudade.


Eu sinto falta ainda estando junto. Sinto falta no instante da separação. Sinto falta quando converso. Sinto falta quando se está realmente distante.


Por que isso? Não... não tentem me convencer que eu sou doente ou romântica.


Quem não sente algo parecido? Ou quem já não sentiu algo semelhante?


Bom... quem não sente, nunca sentiu ou acha que não vai sentir está em maus lençóis... acho que seria uma vida bem entediante.


Estranho isso não? Vocês acham que eu iria concluir que esses três sentimentos são coisas essencialmentes ruins? Não.. pelo contrário. Acho que é normal.


Pena que eu não sou uma literata, uma escritora, uma poetisa... pena que não sei transformar isso em versos... pena que não sei escrever um conto a respeito... seria bem melhor, com certeza... isso foi, apenas, a descrição de um fato. Se foi bem ou mal feita, tanto faz.


Era só para ser feita.


Se alguém vai ler... tanto faz não. Mas o que eu posso fazer? Se alguém vai responder, tanto faz não menos ainda.... mas paciência.


Bem... vou reler e ver se vale a pena ser publicado. Já deletei o penúltimo post. Não custa deletar esse também, e substituir por outro poema bem mais interessante.


Beijos para quem lê e abraços maiores para quem responde.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Luto

É só eu manifestar o desejo de visitar um museu e ele é roubado... agora a Pinacoteca! Vou te contar viu!!!.....

domingo, 8 de junho de 2008

A noite será devagar - Charles Bukowski

bem, aqui estou eu
de novo
ouvindo as boas e velhas
músicas
de novo,
sentindo tristeza,a boa
tristeza
à moda antiga
em que as lágrimas
não chegama sair.
bom.
ouço mais um pouco.
a mente pode
consumir quantidades
mágicas dememória
enquanto a noite se
desdobra
noite adentro,
enquanto outro charuto
é aceso,
como se pode ficar
terrivelmente amuado
quando velhas
músicas seguem-se
uma às
outras,
rostos sãolembrados,
rostos jovens,
como fatias novas de uma
maçã,
estão mortos
agora,
quase todos
eles
mortos
agora.
a aparente
beleza e
a aparente bravura,
se foram.
sentado aqui
permitindo que meus
melhores sentidos
sejam diluídos pela
melancolia,
um homem
velho,l
embrando
de novo,
olhando de cima
a baixo o bar imaginário
cheio de assentos
vazios,
pensando naquela
criança com os loucos
olhosvermelhos
que sentava lá
enchendo o copo e
enchendo e enchendo e
enchendo
de novo
ao ponto da
imbecilidade,
agora lembrando,
ouvindo
de novo,
permitindo a idiotice
entrar
de novo,
somos todos
idiotas para sempre
idiotizados
para sempre.
alegremente.
agora.

sábado, 7 de junho de 2008

A primeira


Essa é a primeira postagem... não digo que seja a mais importante, ou a melhor. É, apenas, a primeira. Espero que de algumas.
Não tenho o intuito de receber dezenas de visitas diárias, talvez, mesmo, não receba, sequer, uma. Mas não é por isso que faço este blog. Por quê o faço?

Não é para me expôr... nem expôr a ninguém... É para "falar"... ou melhor, falar pelos dedos... normalmente conhecido como escrever.
Apenas isso.
Colocar, no papel, pensamentos avulsos. Ora tolos. Ora nem tanto. Geniais... nunca. Medíocres, talvez. Sensatos, nem sempre... Reclamações e desabafos, com freqüência... Literatura alheia, às vezes.


Blogs... algo que serve bem a dois tipos de pessoas: os solitários que precisam se expressar e os exibicionistas. Eu faço parte do primeiro grupo. Sou solitária. Embora já não esteja sozinha. Sim... todos somos solitários, em muitos momentos. Eu o sou em 90% do meu tempo. Não que eu goste ou me orgulhe disso. Apenas sou assim, fui assim, mas espero não ser sempre assim.
Quem me conhece, pode achar bobeira, da minha parte, falar o que sinto para pessoas desconhecidas. Não me preocupo com isso. Não vou dizer nada que ninguém nunca tenha sentido ou pensado, ao menos uma vez na vida.
Serei lida ou não? Não sei... no fundo, espero que sim; conscientemente, creio que não.


O blog é uma oportunidade de auto-análise gratuita.
Eu poderia fazer isso em um diário... diários são tão anos 80... e eu adoro os anos 80. Segundo amigo do meu namorado, por que eu não fui adolescente naquela época. Sim, não fui. Fui criança... mas, mesmo conturbados, eles foram memoráveis.
Melhores que os 90 e os '00, para quem foi ou é criança nessas épocas.
Enfim, voltando à idéia do diário. Não vou fazer diário por um motivo básico: digitar é menos cansativo do que escrever. Aliás, por um outro motivo não tão básico assim, também: já não acredito que existam monólogos... e diários são monólogos pretenciosos. Então, prefiro pressupor um leitor, mesmo que virtual, distante, desconhecido e, muitas vezes, eternamente, profundamente, anônimo.


Anonimato... eis um conceito interessante. Daria uma boa pseudo-tese, de algum pseudo-intelectual, em alguma universidade pública.
Pseudos-intelectuais... asquerosos.
Eu sou ignorante. Às vezes, até tapada. Mas isso tem um lado bom (não, ser ignorante não é bom... admitir sê-lo, em público, é, no minímo, idiotice...), pelo menos não sou uma pseudo-intelectual, como muitos(as) dos(as) que vi e convivi por ai.


Estou me alongando? Falando coisas disconexas? Paciência. É para isso mesmo que faço esse blog. Para discorrer sobre bobagens, para perder o "fio da meada", para dar e desdar nós no novelo do meu pensamento.


Talvez esse seja um projeto nati-morto. Tenho tendência a abandonar as coisas.
Vai depender do bem ou do mal que me fizer.
Ou que me fizerem através dele.
O fato é que vou arriscar. A solidão cria pessoas incrivelmente verborrágicas. Serei uma delas?
Devo ser. Talvez vocês mo digam.


Gostaram do "mo digam?"... coisas de quem fez Letras e estudou para concursos públicos.
Mas não se assustem. Os erros de grafia serão tão freqüentes, que essas pequenas "pérolas" lusitanicas vão se perder em meio a eles.


Humm... agora estou em dúvida... continuo escrevendo para ver quanto isso aqui agüenta ou vou ver a um filme que aluguei? Não que Marlyn Monroe seja grande atriz, não que os filmes devam ser muito bons... Mas amanhã tenho outras coisas a fazer, então é agora ou nunca.


Como vocês (que vocês?) vão perceber, ou não, meu agora, também, pode ser daqui a pouco ou, simplesmente, depois.


Ah! Sobre o título do blog. Eu não faço a mínima idéia do que quer dizer. Mas imagino que Kafka e Van Gogh, juntos, fariam uma dupla maravilhosamente genial, perturbada e auto-depreciativa. Eu os amo. Eu os admiro. Por isso essa criação louca "Kafka no mundo de Van Gogh"... nada de explicações racionais, como podem perceber.


Bom... vou parar por aqui... talvez volte mais tarde, quando puder postar de novo... hoje eu queria falar. Falar qualquer coisa, para qualquer um. Mas digamos que não foi muito possível. Então extravasei um pouco dessa necessidade aqui, mas, ainda, não a saciei.


Tschuss.