sábado, 30 de maio de 2009

Rui

hoje, eu falei de você e lembrei de você e senti - re-senti - saudade sua.
quanto tempo já faz? 6 anos? ou 5? não sei.. mas faz tempo.
os três primeiros anos foram os mais difíceis. eu sentia sua falta todos os dias. chorava. desejava que fosse mentira.
que morta estúpida né? ou melhor, que assassinato estúpido! e que jeito estúpido de saber da sua morte.. pela tv.. que horrível.
a primeira semana foi um terror. não dormi, só chorei.
não digo que foram os piores dias de minha vida, porque passei por outros muito ruins também, mas foram difíceis. muito.

e hoje.. insone.. estou aqui, escrevendo.
é engraçado, mas tenho a estranha sensação de que escrevendo, sinto menos o sentimento. é como se a idéia de que alguém vá ler isso fizesse com que me doesse menos.
sei bem que não é assim.
a dor que me dói, dói só em mim.
ainda assim é bom escrever. fingir que dói menos.
às vezes, já nem dói. às vezes, eu já não me lembro.

estranho, como eu sou capaz de me esquecer tantas vezes? como eu posso esquecer sua morte? e, no entanto, eu esqueço. assim como me esqueço.

acho que nos esquecemos do que nos é mais importante, mais caro, ou mais dolorido.
acho que é autopreservação.

se eu me esqueço até de mim né?


mas não é só você que me faz falta.
não é só sua ausência.

minha vida está repleta de ausências.

e eu sinto falta. de todos. de todos que estão ausentes. mesmo que estejam vivos.

rui.. rui luciano nogueira.

você me faz muita falta. apesar de eu me esquecer disso.
vivencio a volta do que não foi.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

eunimiga

Eu preciso, ou melhor, necessito ser mais consciente de mim.
Esqueço de mim o tempo todo, o dia inteiro, todos os dias.. raros são os momentos que, como esse, me trazem um pouco de lucidez.
Quando me esqueço, traio-me. Sou minha pior inimiga.
Traio-me no que me é essencial.
Traio-me falando o que não penso, descuidando-me, matando-me com minha alimentação e com o total descaso com meu corpo.
Traio-me fingindo, para mim e para os outros, que espero pouco da vida, que espero pouco do Amor e que espero pouco das pessoas.
Traio-me quando falo bobeiras estúpidas ou quando silenciosamente sorrio das bobeiras estúpidas das outras pessoas. Isso porque há bobeiras e bobeiras. Algumas não me incomodam, pelo contrário, até gosto; as que me incomodam são as bobeiras estúpidas, baseadas em preconceitos e em senso comum. Odeio quando entro nisso ou quando me calo coniventemente.
Trai-me nos últimos meses, indo contra o que acreditei durante anos. Mas estou retomando meus princípios quanto a isso.
Eu preciso ser mais consciente. Consciente de mim, não do resto. Absolutamente consciente de mim. Para não me odiar tanto, para não me trair tanto, para não me ferir tanto e para não me matar aos poucos.

sábado, 9 de maio de 2009

"eterno" dilema...

na verdade, não é eterno, visto que é recente e, espero, não duradouro. mas que seja..

eu me questiono, cada vez mais, o que fez uma vegetariana convicta (fiquei 14 anos sem comer carne de nenhum tipo por motivos BEM definidos e fortes) voltar a comer carne.. o pior, quando eu como, muitas vezes, eu vejo mentalmente o animal morto, ali, na minha frente. é tão horrível. e, no entanto, eu não estou conseguindo parar.

tudo em mim é contra.

continua sendo.

mas eu me enfraqueci.

será que eu me rendi?

será que é um momento?

será que são as circunstâncias?



não sei..



a bem dizer, está tudo meio fora dos eixos na minha vida, ainda.

talvez seja um reflexo da minha confusão interna.

se bem que eu já não ando tão confusa.



será que me entreguei ao prazer gustativo da carne?



meu.. seria tosco demais.



o que me consola é ainda ter esperanças em mim.

eu tenho esperança de que isso vá passar.



espero que logo.



e espero não ficar só esperando.



mas não é só a carne.. é o couro, o leite (e derivados), o ovo, a seda, a lã...

tá.. acho meio impossível eu ser vegan aqui em Marília.



talvez, se eu morasse em sampa e tivesse grana, eu poderia ser frequentadora assidua do vegethus. mas não é o caso.



foda.



bom, parar de comer carne, de novo, já seria muito bom.



enquanto isso não acontece fico aqui, com minha crise de consciencia.

Fritz Lang


Gaiola das Moscas

Voltei agora a pouco do SESI.
Gostei muito da peça de hoje.. mistura de teatro, dança, música, capoeira.. peça leve, graciosa, suave.. colorida, divertida.. muito boa. vale ser vista e revista vista e revista...
O grupo que se apresentou é de Campinas. São muito talentosos. Fiquei encantada.....

sexta-feira, 8 de maio de 2009


"Um novo livro infantil dirigido a crianças de dois anos e que aborda, entre outras questões, o relacionamento entre homossexuais, está causando polêmica na Austrália.
O livro, Where did I really come from ("De onde eu Vim"), da autora Narelle Wickham, traz informações detalhadas e ilustrações de relações sexuais, e aborda temas controversos, como a paternidade entre casais de lésbicas e gays.
Uma das ilustrações mostra dois homens segurando um bebê. "Se os pais são abertos com os filhos desde o começo, é bom para o conceito de que os pais são honestos e confiáveis", disse Wickham em entrevista à BBC Brasil.
"O livro é para os pais saberem como ensinar os filhos sobre várias formas de se conceber um bebê, inclusive a fecundação in-vitro (FIV)", disse a autora.
Wickham contou à BBC Brasil ter tido a inspiração para escrever o livro depois do nascimento da filha, que foi concebida a partir de inseminação artificial.

Trechos
"Algumas vezes as mulheres querem ter filhos mas não querem ter relação com um homem. Ou algumas vezes mulheres querem ter um bebê sozinhas ou com outra mulher, então o bebê tem duas mamães", diz um dos trechos.
Outra passagem ainda explica que "quando uma mulher quer ter o bebê sozinha ela vai a um médico que consegue para ela espermatozoide, ou pede a um homem especial para fornecê-la seu espermatozoide".
Grupos conservadores, como a Organização Família Austrália, disseram-se revoltados com a ideia. "Essa é uma forma de promover o que não é normal", disse à BBC Brasil John Morrissey, porta-voz da organização, referindo-se a pais gays.
"Se o livro apenas explicasse aos pais a melhor maneira de responder aos filhos quando eles começarem a questionar, tudo bem. Mas promover relacionamentos que não são normais, nós somos contra".
Na Austrália, estudantes começam a ter aulas de educação sexual a partir dos 11 anos."






Nota: definam o que é um relacionamento anormal? cada vez tenho menos paciência com idiotices homofóbicas. bando de cretinos.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

bem rápido..

Rô, assisti "Tempos de Guerra" (Les carabiniers), do Godard. É nele que tem o poema que te falei.

Também sugiro que assistam "A classe operária vai ao paraíso".

Bom, só isso..

Duas notas: vou perder dois shows que queria ver, muito provavelmente, e vou perder, de novo, a virada cultural.

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