terça-feira, 31 de agosto de 2010



vocês conhecem o esgotamento? no caso, esgotamento emocional e mental.. é isso que tenho sentido de um mês para cá. mas chega uma hora em que todo mundo cansa. cansa de tentar colocar um sentido nas coisas, cansa de esperar que tudo seja como deveria ser e não como é, de fato. e eu estou cansada. estou cansada dessa vida a qual me impus.. dessa espera nem sempre silenciosa, porém constante, por algo que desejo mas que não é e que talvez nunca seja o que deveria ser, ou melhor, o que eu tanto desejaria que fosse.
para muitas pessoas, isso pode não estar fazendo o menor sentido. mas o faz para mim. e eu estou cansada. cansada desse lance meio estranho e caótico que se tornou minha vida nos últimos tempos.
não preciso ficar me submetendo ao que não me faz bem, não é? então basta que eu pare de me submeter e que deixe, que largue e que veja no que dará.
é o famoso "esperar pra ver".. como dizem, o que tiver que ser, será. eu só não sei se o que virá a ser é o que eu gostaria que fosse.
o melhor mesmo, em casos de plena confusão como esse, é manter distância e afastamento daquilo que só confunde e machuca, pelo menos enquanto só confundir e machucar. e tocar a vida, para onde ela levar.
dane-se o mundo. porque eu cansei. porque eu estou extremamente cansada. alguém arranca fora meu coração e meu cérebro, porque eu já não sei o que fazer com eles.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010



Absolute Beginners

I've nothing much to offer
There's nothing much to take
I'm an absolute beginner
And I'm absolutely sane


As long as we're together
The rest can go to Hell
I absolutely love you
But we're absolute beginners
With eyes completely open
But nervous all the same


If our love song
Could fly over mountains
Could laugh at the ocean
Just like the films


There's no reason
To feel all the hard times
To lay down the hard lines
It's absolutely true


Nothing much could happen
Nothing we can't shake
Oh we're absolute beginners
With nothing much at stake


As long as you're still smiling
There's nothing more I need
I absolutely love you
But we're absolute beginners
But if my love is your love
We're certain to succeed


If our love song
Could fly over mountains
Sail over heartaches
Just like the films


There's no reason
To feel all the hard times
To lay down the hard lines
It's absolutely true

Bowie

domingo, 22 de agosto de 2010

"Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você - respeite sobretudo o que
imagina que é ruim em você - não copie uma pessoa ideal, copie você
mesma - é esse seu único meio de viver. Juro por Deus que, se houvesse
um céu, uma pessoa que se sacrificou por covardia ia ser punida e iria
para um inferno qualquer. Se é que uma vida morna não é ser punida por
essa mesma mornidão. Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe
pertence é tudo o que sua vida exige. Parece uma vida amoral. Mas o que é
verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma."

(Clarice Lispector)


A Clarice está tão certa e eu tenho escolhido um caminho tão errado que me assusta.
POEMA EM LINHA RETA

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.


Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa)

... porque ninguém conseguiu ser mais lúcido e poético do que ele nessa constatação...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Copycat - Lacrimosa

Come a little bit closer
And hear what I've got to say
Burning words of anger
Of hate and desperation

What if I break the silence?
What if I do forgive the past?

I know it might sound funny
To tell you what I felt
I mean I really loved you
It's a shame - my fault - I know
But why - but why
Why are you so stupid?
But why - but why
Why are you so stupid?

Fuck you and your killing lies
I hate your pissing attitude
Why did you have to go so low
Trueler - Copycat

What if I break the silence?
What if I do forgive the past?

Sucking like a vampire
The blood of all your friends
But sorry, my blood was poisoned
Now burn in hell

You killed the love
You killed the trust

Know die. Sucker. Die!!!

What if I break the silence
What if I do forgive the past?

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

às vezes, eu me lembro de que esse blog existe.
dias desses, inclusive, eu me lembrei disso, semana passada, acho, enquanto ia ao trabalho, descendo a rua do bosque, na USP.. olhava o sol sob a copa das árvores, a inclinação dos raios e o efeito meio poético que aquilo gerava, e pensava em como seria bom se algum pintor impressionista capturasse aquele momento, naquela paisagem..
mas ai chego ao trabalho e é todo dia a mesma coisa.. e a poesia e a beleza do mundo acabam se perdendo em meio às notas fiscais, à bur(r)ocracia, ao tédio, à perfeita estupidez e mediocridade.. então eu volto vazia para casa, esperando por um milagre semelhante ao da manhã anterior (no dia seguinte).. e assim sigo. até quando eu não sei.. tb não sei o porquê de estar escrevendo isso.. só lembro de que me lembrei de que às vezes me lembro de que esse blog existe. e ai.. deu nisso :P